terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Evening updates

Fui visitá-la e gostei muito do que vi. Bem sei que ela voltou a pôr os tubos, bem sei que está muito mais paradinha mas, ao mesmo tempo, vê-la é sempre diferente das notícias que nos chegam. Ela não quis conversar sobre quase nada, ao princípio até me vieram as lágrimas aos olhos porque estava a ficar preocupada com a reacção dela mas depois, à medida que ia conversando, dando festas na mão e no braço, percebi que ela se virava para mim quando o assunto lhe interessava. E interessavam-lhe notícias do Alex, o cão dela, notícias de que a apoiamos, algumas só, não quis que lhe falasse dos amigos.

Ouviu atentamente a história de um cão que vi ontem, nas docas e que se pôs a dormir em cima da rede. Abriu-me muito os olhos nessa altura e eu disse-lhe que ele não era um cão abandonado, era do pescador e estava muito bem tratado, ela fechou os olhos e esboçou um sorriso. Falei-lhe no Tony Almeida e no pai dele e ela tomou muita atenção, apertou-me a mão com muita força quando lhe dizia que ele conseguiu ultrapassar este momento. Disse-lhe que sabia que era muito duro, que gostava de conseguir fazer fosse o que fosse para que ela recuperasse rapidamente, mas não sabia como ajudá-la.

Depois estive apenas com ela, a dar-lhe a mão, quase sempre calada, ela segurava a mão, não a largava e dava-me festas também, gostei muito. Quando já passava das 18,30h disse-lhe que daqui a bocado me iam mandar sair, e que voltava noutro dia. Ela olhou para um relógio de parede, que está perto da cama dela e abriu novamente muito os olhos. Disse-lhe que não era ainda, era só às 19,00h e sossegou novamente. Então falei-lhe na mãe, no pai, que a vai visitar amanhã e no Cláudio, ela virou-se novamente para mim, perguntei-lhe se queria que mandasse beijos dela ao Cláudio e ela fechou os olhos e disse que sim com a cabeça.

Estive lá até que chegou a A., despedi-me, tive que tirar a mão dela e vim para fora a pensar que, apesar de este estar a ser um momento muito difícil para a Tânia, ela está muito lúcida, percebe tudo aquilo que lhe dizemos e participa apenas quando o quer fazer. Vim um pouco menos apreensiva do que estava quando lá entrei e vim com a certeza de que este momento vai passar. A Tânia vai conseguir porque é uma lutadora.

A A. contou-me que com ela foi parecido, a Tânia reconheceu-a e estava à espera, a olhar para ver quem ia entrar. Depois deu-lhe a mão, fez-lhe festas na mão e a A. foi conversando, mandando beijinhos dos amiguinhos que ficaram a pensar nela. Também não lhe quis largar a mão quando o tempo da visita acabou.
E cá fora conversámos, trocámos impressões do estado da Tânia e viemos muito mais confiantes de que a Tânia vai recuperar.

Bêjos para a Tânia.

I went to see her and I really liked what I saw. I know the tubes are back in, I know she's very listless, but seeing her is always different from what I hear. She almost didn't want to chat. At first I even felt like crying, worried about her response but, as I kept talking, stroking her hand and arm, I realised she turned to me when the subject interested her. She was interested in news of her dog Alex, and in hearing we are all thinking of her.

She listened intentely to the story of a dog I saw yesterday on the docks, sleeping on a fishing net. At this point she opened her eyes wide and I assured that he had not been abandoned, he belonged to the fisherman and was very well taken care of. She closed her eyes and smiled faintly. I told her about TonyAlmeida's father, who managed to go through all this and she squeezed my hand. I told her I knew it was hard, that I'd like to be able to do anything for her to recover quickly, but that I didn't know how to help her.

Then I just stayed there, holding her hand, hardly talking. She never let go of my hand, she squeezed and caressed it, I loved it. At about 6:30 I told her I'd have to leave in a while. She looked at the clock and opened her eyes wide. I told her I didn't have to leave right away and that calmed her down. Then I spoke about her mom and dad and Cláudio an she turned to me. I asked her if she wanted me do send her kisses to Cláudio. She closed her eyes and nodded.

I stayed until A. arrived. I had to make her let go of my hand. Outside the room, I thought that, though this moment is very hard for Tânia, she's very alert, she understands everything we say and takes part when she chooses to. I left a little less aprehensive than when I arrived, certain that this moment will pass. Tânia will make it, because she's a fighter.

A. told me Tânia had recognized her and had been staring at the door, expecting the next visitor. She didn't want to let her go either when time was up. We chatted outside and left very confident that Tânia will recover.

Kisses for Tânia.

3 comentários:

  1. Não deve ser nada agradável estar assim , cheia de tubos e dependente de todos.
    Ela está lucida e a recuperar devagarinho, por isso deve-se sentir bastante frustada por não conseguir fazer nada durante horas a fiu, dias e semanas. Qual de nós não estaria apático? e sem vontade de nada?
    A Tânia está a levar a sua vida ávante e nós só temos de apoiar.
    Beijos minha querida. Não te posso ir ver mas estou contigo todos os dias, e venho aqui várias vezes ao dia para saber noticias tuas

    Mil beijos

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  2. Continuo a passar para saber notícias e para deixar todo o meu carinho e força... para a Tânia e para os que a rodeiam de amor...

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  3. Lots of strength and positive thinkings...

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